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O Magnata pai de trigêmeos by Pink Dolphin

Capítulo 8
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― Dessa forma, você nunca mais vai escapar de mim ― Anthony disse, inclinando o corpo e

encostando a testa na porta de vidro. Seus olhos eram misteriosos, como os de um demônio.

― Não! Eu não posso morrer… ― Anne caiu no chão, apática. A alta temperatura a forçou a se

encostar na porta de vidro, para tentar aproveitar o mínimo ar fresco que vinha de fora, enquanto, com

a voz fraca, continuava implorando ― deixe-me ir… eu não posso morrer… eu nunca mais ia te

incomodar. Por que você me trouxe de volta? ―

Mas, suas palavras não surtiam nenhum efeito e, quando olhou para cima, o que viu foram os olhos

escuros e demoníacos de Anthony olhando para ela com uma expressão assassina de prazer.

Anne abraçou o próprio corpo, sem suportar a dor que sentia:

― Eu prometo nunca mais fugir. Eu não vou fugir. Deixe-me sair… eu não quero morrer, não vou

tentar fugir de novo… ―

Logo em seguida, Anne caiu no chão, com falta de ar. Sua visão ficava embaçada, mas a figura alta e

sombria, do lado de fora da porta de vidro, ainda a admirava, parada, como um demônio buscando

nutrientes no sofrimento alheio.

Uma sombra negra tomou conta de toda a visão da jovem e ela desmaiou, com lágrimas ainda rolando

pelo canto dos olhos. Não por medo, mas porque sentia falta dos filhos e não tinha ideia do que

aconteceria com eles se ela morresse, afinal, eles eram muito pequenos, ainda.

Anne acordou, saindo da escuridão, e se sentou na cama, ainda com medo em seus olhos. Ela

ofegava alto e tinha suor na testa. “Eu estou morta?” Pensou.

Mas, ficou atordoada quando reconheceu o quarto. Depois de alguns segundos, percebeu que estava,

novamente, no mesmo quarto de antes, mais uma vez, no cativeiro torturante de Anthony. “Então, eu

não estou morta… Anthony me deixou sair da sauna…”

Anne abaixou os olhos para ver suas mãos e, então, tocou seu rosto. Mas, isso não era suficiente. Ela

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saiu da cama e correu para o espelho no banheiro.

Quando ela se viu seu reflexo no espelho, soltou um suspiro de alívio. Mas, mesmo que ela não

tivesse morrido, a experiência de quase morte ainda a oprimia.

Anthony era muito cruel. Anne arriscou a vida e comeu frutos do mar, porque tinha certeza de que

Anthony não a queria morta. Pelo menos não tão cedo. Afinal, quando um predador pegava sua presa,

ele agia de duas maneiras, ou dava uma mordida em seu pescoço, ou brincava até perder o interesse.

Anthony era o segundo tipo de predador.

No entanto, quando ele a trancou na sauna para queimá-la, Anne realmente pensou que Anthony a

queria morta. Então, a jovem pensou se a única razão pela qual ele a tinha deixado sair foi por ela ter

prometido nunca mais fugir.

Se fosse isso, era assustador. Muito mais que doentio.

Com um pensamento em mente, Anne correu de volta para o quarto, para procurar seu passaporte e o

documento de identidade, mas descobriu que não estavam lá e lágrimas rolaram por seu rosto,

enquanto a jovem se sentia impotente. Pois, sabia que estavam com Anthony e ele não os devolveria.

Sem eles, como poderia voltar para a casa? Para o amor de seus filhos?

Afinal, quando Anne disse que não tentaria mais fugir, foi apenas uma mentira para que aquele

demônio não a matasse. Mas, escapar, parecia um sonho cada vez mais impossível e Anne foi levada

à beira do desespero.

Quando se intoxicou com a salada, pensou que, no dia seguinte, estaria segura e com seus filhos.

Imaginou que estaria abraçando seus corpinhos macios e com cheiro de bebê, enquanto ouvia suas

vozes infantis.

Anne deitou-se na cama, com os olhos lacrimejantes. Morrendo de saudades dos filhos

A jovem esperava anoitecer para fazer uma chamada de vídeo para eles. Ela ainda não tinha

conseguido escapar e Nancy já devia estar cansada de cuidar das três crianças, sozinha.

Anne se manteve acordada até as duas da manhã. Mas, eram cerca de dez da manhã, onde vivia,

numa cidade pequena, na França.

A jovem saiu da cama e trancou a porta por dentro. Então, foi ao banheiro e também fechou a porta.

Somente depois de se certificar de que estava seguro, tirou o telefone da calcinha. Ela ligou para

Nancy e a ligação foi atendida, rapidamente.

O rosto preocupado de Nancy apareceu em sua tela:

― Anne?! ―

― Mamãe! ― As crianças gritaram, transformando a chamada em uma bagunça. As três cabeças

minúsculas apareceram em sua tela com seus olhos grandes e bonitos olhando fixamente.

Quando viu as bochechas macias, seus olhos lacrimejaram. Ela conteve sua dor e respondeu:

― Mamãe está aqui. Vocês estão obedecendo a Nancy? ―

― Sim! ― Responderam os três.

― Isso é muito bom! ― Anne olhava para as crianças com saudade, desejando apertá-las, mas suas

mãos trêmulas só tinham o celular para segurar.

― Mamãe, quando você volta? ― a bebê perguntou com pesar e com os olhos marejados.

― Mamãe disse que vai voltar! ― o filho, com uma grande voz e temperamento, disse, impaciente. Ele

estava segurando as lágrimas.

― Dez dias! ― o outro filho disse, com a voz carregada de tristeza. Ele parecia solitário e tinha

lágrimas nos olhos.

Anne se sentiu magoada e abaixou a cabeça, para controlar seus sentimentos.

Ela olhou para cima, alguns segundos depois, e forçou um sorriso:

― A mamãe vai resolver uma coisa aqui e, assim que eu resolver, volto para casa, está bem? ―

― Quanto tempo leva? ― Charlie, um dos filhos, perguntou.

Mas, Anne também não sabia quanto tempo. No entanto, não podia deixar seus filhos perceberem:

― Provavelmente, não muito tempo. No entanto, eu prometo a todos vocês. Farei uma videochamada

sempre que puder, está bem? ―

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― Mamãe… ― Chloe soluçou baixinho.

― Fique bem e não chore. Vou tentar voltar mais cedo, tá? ― Anne disse, como se seu coração

estivesse sendo esfaqueado.

― Tá… ― Chloe concordou, impotente, e fungou pesarosa.

― Vai ligar todos os dias! ― Charlie exigiu.

Anne não sabia se conseguiria cumprir essa promessa, por isso, preferiu dizer:

―Vou tentar ―

― Sinto falta da mamãe… ― Chris disse, triste e com olhos opacos.

― Mamãe sente falta de todos vocês também. Eu sinto muita saudade de vocês… ― Anne segurou

as lágrimas, enquanto falava.

Como ela gostaria de poder entrar em seu telefone para abraçar os filhos e confortá-los. A dor de estar

separada deles era insuportável, muito pior do que comer frutos do mar ou ser cozinhada viva.

Embora as crianças tivessem apenas dois anos e não falassem muito, sua inteligência estava além

das outras crianças de sua idade.

Ela olhou para os rostos das três crianças. Chloe era a miniatura de si mesma, enquanto Charlie e

Chris eram as pequenas versões de Anthony e isso a deixou ainda mais inquieta.

Ela não os amava menos porque eles se pareciam com Anthony. Mas, tinha muito medo que ele

descobrisse e os arrancasse dela. Anthony nunca permitiria que a mulher que ele tanto odiava criasse

seus filhos.

Ela conversou com as crianças e observou-as enquanto almoçavam. Mesmo muito pequenas já eram

capazes de comer sozinhas e suas mãos gorduchas seguravam as colheres, enquanto se

alimentavam. Eles eram adoráveis.

Observando as crianças, todo o terror vivido nos últimos dias, desapareceu completamente. Mas, algo

a trouxe para a realidade, quando sentiu um arrepio nas costas. A jovem reparou em uma mudança de

luz, no quarto, e estremeceu, em estado de choque.

Apesar de a porta do banheiro permanecer imóvel. Anne conhecia aquela sensação opressora.

Do lado de fora, Anthony esquadrinhava o quarto e, como não tinha ninguém na cama, voltou sua

atenção para a porta do banheiro, de onde luz escapava pelo recorte da porta.