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Capítulo 277
“Retirem todas essas reportagens e trending topics agora! O que é que o pessoal de relações públicas
está fazendo, estão todos mortos?” Israel Ferreira explodiu ao ver os assuntos mais comentados, “Ela
só desapareceu, não está morta! Não está!”
“Israel Ferreira, você já ficou louco o suficiente?”
Valerio Luiz entrou do lado de fora, barbudo e com o cabelo despenteado.
Israel Ferreira lhe lançou um olhar frio: “O que você está fazendo aqui?”
“O telefone do departamento de relações públicas explodiu, todas as grandes mídias estão
perguntando sobre Leticia Fernandes“, disse Valerio Luiz, com o rosto sombrio. “Eu vim te perguntar, a
gente publica o obituário ou não?”
Israel Ferreira avançou para cima dele, agarrou Valerio Luiz e o empurrou contra a parede: “Ela não
morreu, por que publicar um obituário?”
“Você não sabe se ela está viva ou morta? Quantas vezes você confirmou que ela realmente
embarcou? o avião caiu daquele jeito, como ela poderia sobreviver? Me diz, como?” Valerio Luiz
levantou a mão e desferiu um soco no rosto de Israel Ferreira.
Foi um golpe forte.
O soco fez Israel Ferreira dar dois passos para trás.
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Nos últimos dias, ele estava procurando por alguém em todos os lugares, não comendo, não bebendo,
não dormindo e desmaiando até onde a vista alcançava.
“eu te pergunto, o que você foi fazer em Cidade Lu naquele dia?” Valerio Luiz apontou para Israel
Ferreira.
Israel Ferreira ficou paralisado.
“Se você tivesse ficado na Cidade Caixa e não tivesse voltado de repente, talvez ela não estivesse no
avião naquela tarde.” Valerio Luiz cerrou os dentes.
A mente de Israel Ferreira.
O olhar frio e distante de Leticia Fernandes quando ele saiu naquele dia lhe veio à mente.
A dor no peito era como se estivesse sendo cortado por uma faca.
“Eu vim aqui hoje para te dizer que os amigos de Leticia Fernandes estão preparando o funeral dela.
Por favor, deixe ela descansar em paz, não faça escândalo!” Valerio Luiz ajeitou a camisa que Israel
Ferreira havia amarrotado e saiu com passos largos.
Do lado de fora da janela, a neve estava caindo.
Valerio Luiz levantou a cabeça e olhou para o céu.
Na verdade, assim como Israel Ferreira, Valerio Luiz também não acreditava que Leticia Fernandes
estivesse morta.
Ele sempre pensou que ela havia completado sua fuga de Israel Ferreira e estava em algum lugar do
mundo, esperando para dar à luz e recomeçar sua vida com seus bebés.
Porque não havia cadáver.
O que foi enterrado no Cemitério da Montanha Oeste em Cidade Bar, eram apenas algumas roupas de
Leticia Fernandes.
Nestor Urbina, que já havia sido libertado, como irmão de Leticia Fernandes, ergueu sua lápide.
Naquele dia, no Cemitério da Montanha Oeste, estava chovendo e nevando.
Nestor se ajoélhou em frente à lápide e chorou descontroladamente.
Alguns vizinhos mais velhos, que observavam de longe, enxugavam suas lágrimas.
Quem também chorava era o tio do caseiro, que estava chorando muito na sala da administração.
Dulcia só veio com pressa.
Dulcia sempre achou que era culpa dela o fato de Leticia Fernandes ter se acidentado.
Se não fosse o fato de que ela estava recebendo alta do hospital, Leticia Fernandes não teria decidido
voltar no último minuto.
Mergulhada em culpa própria, Letícia, com o conforto da mãe, finalmente optou por desistir da vida em
casa e já está em processo de emigração.
Ela também procurou Israel Ferreira.
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que ele descontasse sua raiva em sua mãe e padrasto.
Mas Israel Ferreira não disse nada.
Mais tarde, depois de muito, muito tempo, Dulcia percebeu que Israel Ferreira era igual a ela.
Leticia Fernandes se culpou por ter voltado naquele voo.
Se ele não tivesse saido naquela manhã, não teria deixado Leticia Fernandes ir embora, e Dulcia teria
voado para ficar com ela.
Follow on Novᴇl-Onlinᴇ.cᴏmEle era o culpado.
O pecador que, no final, havia decepcionado Tisha.
Já estava escurecendo.
Os joelhos de Nestor já estavam dormentes há muito tempo.
H
Com a ajuda de um amigo, Nestor se levantou de maneira desajeitada, mas seus olhos permaneciam
fixos na lápide e no sorriso de Leticia Fernandes.
Ele havia escolhido uma foto de Leticia aos dezessete anos.
Naquela época, a avó ainda estava viva, o negócio da familia não tinha problemas e Leticia era feliz
todos os dias.
Sem qualquer ligação com aquele que a aprisionou, que a torturou.
Do cemitério.
Nestor viu Israel Ferreira de longe.
Ele estava vestido de preto, com um guarda–chuva preto, parado na chuva como um fantasma
infernal.
Leticia se foi.
E suas próprias mãos estavam inutilizadas.
Nestor não tinha mais medo de Israel Ferreira.
Ele se aproximou de Israel e perguntou: “Sr. Ferreira, só tenho uma pergunta. Por que naquela manhã
você a deixou sozinha e partiu no seu avião particular?”