Capítulo 1724
Flávio suspirou e, então, começou a contar devagar: “Sou o segundo filho da família Henrique, e como tenho um
irmão mais velho, que desde cedo mostrou um talento extraordinário para os negócios, os mais velhos da família o
apoiaram ao máximo.
Não depositaram em mim a responsabilidade de continuar com o legado do Grupo Empresarial Henrique, então
tive uma infância livre e sem preocupações.
Eu só precisava estudar como qualquer outra criança e, depois das aulas, podía brincar com os jogos que eu
quisesse.
Meu irmão, apenas três anos mais velho do que eu, via–me jogar e eu sei que, no fundo, ele também queria
Follow on NovᴇlEnglish.nᴇtparticipar. Mas, ele não podia.
Ele tinha tanto para estudar que, exceto pelas poucas horas de sono, todo o seu tempo estava ocupado. Naquela
época, eu me imaginei fazendo meus próprios jogos, ou seja, desenvolver jogos divertidos e fáceis para que meu
irmão pudesse jogar nos tempos livres. Agora, o jogo que fiz especialmente para ele ficou pronto, mas ele nunca
poderá jogá–lo.”
Kira percebeu a sua dedicação em desenvolver um jogo tão bem, se importando até com a própria trilha sonora, o
motivo agora era claro: era tudo para o seu irmão.
O jogo estava pronto, mas a pessoa para quem foi feito já não estava mais lá.
Kira abriu a boca, querendo consolar Flávio, mas não sabia o que dizer e acabou ficando em silêncio.
Ele continuou: “Meu irmão era um ótimo irmão e um excelente filho. Ele era a maior esperança da nossa família.
No entanto… eu vou fazer com que o responsável pague pelo que fez!”
Kira, temendo que ele agisse irracionalmente e cometesse algo ilegal, disse: “Flávio, talvez seu irmão só quisesse
viver uma vida maravilhosa por conta própria, sem ser limitado pela família Henrique.”
Flávio rebateu: “Você viu a situação da família Henrique agora. Não é algo que eu possa abandonar e ainda assim
manter a paz. Eu tenho que concluir o que meu irmão começou e não posso deixar que todo o seu esforço tenha
sido em vão.”
Ela ficou em silêncio.
Parece que cada pessoa tem suas próprias circunstâncias.
Flávio perguntou: “E você, quais são seus planos agora?”
Ela deu uma resposta que parecia desviar do assunto: “Na verdade, eu também tenho um sonho, mas não posso
realizá–lo.”
Flávio incentivou: “Conta mais.”
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Então, revelou: “Eu queria ser a melhor violinista do mundo, dar concertos ao redor do globo, mas…”
Ela parou de falar.
Ela tinha passado na melhor escola de música do exterior, mas sua família era fortemente contra, obrigando–a a
frequentar a universidade na capital e escolher uma especialização que não gostava.
Flávio sabia o quanto isso era difícil para ela: “Você ainda é jovem, se continuar se esforçando, com certeza vai
conseguir.”
Ela sorriu: “Agora, para mim, isso já não importa. O que eu realmente quero é trabalhar duro para trazer as
pessoas que quero proteger para perto de mim.”
Flávio pediu desculpas.
Ele respondeu: “Você não precisa se desculpar comigo. Isso é um problema da minha família e não tem nada a ver
com você.”